Li aquele livro que deixou sobre a mesa. O livro no qual escreveu tua vida verde comentada por seus pensamentos escuros e bem contados. Li a biografia de teus pesadelos. Li a dor que lhe escorreu em letras. Vi que tua prece foi ignorada e que teu sofrimento perdurou por mais tempo do que devia. Vi que com ela nada que tentastes, conseguistes de verdade. Vi como se tudo tivesse acontecendo diante de minha visão, enquanto me ardia o peso de não poder te segurar, nem te suportar. Ardia o fardo de não poder te alcançar ao esticar meus braços, te segurar e dizer que não precisava nada daquilo. Que podia encontrar o que buscava em quem não te fizesse sentir daquela maneira. Que eu podia lhe dar amor que superasse a dor, que eu cuidaria de você e que seria o bonito o que viria a encontrar em mim.
Não conseguia te ver triste, não conseguia te ver sofrendo. Ao mais, não te via mesmo. Só sentia. Palavras simples que mostravam sua tristeza. Entendi que não chorava, entendi que curtia as coisas da forma que podia, mas não conseguia ser tão guardado para mim. Vi que não vivia vivo, vi que não via as cores, nem odores nem sabores. Estava morto por dentro e eu a culpava por tudo isso. Eu sei que a culpava por isso. em minha mente, não era o que importava. Chorei. Chorei mais uma vez. Parei. Chorei de novo. Precisava te fazer feliz. Era parte de mim. Era aquilo que eu devia fazer e nada que eu tentasse parecia me tirar a certeza de que era aquilo que eu devia fazer para viver. Por mais que eu tentasse me descobrir na vida e descobrir que eu tinha outras opções, tudo me levava de volta a você. Era aqueles seus olhos com aquelas palavras naquele livro e naquele exato momento que eu precisava de você. Você precisava de mim. O amargo de odores, as cores que azedas eram sabores que cheiravam mal só era o que você presenciava e eu estava ali para te buscar.
Foi quando eu desisti que eu te vi. Derrotado e cabisbaixo você veio implorar. Finalmente deixando de viver pela metade, caía na realidade que eu pertencia a seus braços. Estava pronta a ir a noite em claro na ressaca de você. Na ressaca sem você e com todas as aprovações ao meu redor. Mais do pronta eu tinha certeza. não podia te mudar, não era eu quem iria te salvar, e contra isso não havia argumentos. Exceto o único que era capaz de mudar tudo. Você.
"Sinto sua falta." Pra mim era: "Quero te amar."
Hoje sou uma das únicas pessoas do mundo que sou tímida o suficiente para admitir, mas no fundo eu sei que mantenho certeza quando digo: "Eu faço ele feliz. Ele só precisa de mim."
Uma amiga minha me mandou esse blog.
ResponderExcluirQue maravilhas tu escreve.
Adorei, e, virei aqui sempre pra ver o que tu tem a dizer.
Vou seguir e responder comentando em tudo o que escrever.
Beijos